O olfato está intrinsecamente ligado às nossas emoções em que o bolbo olfativo está diretamente ligado ao sistema límbico (responsável pelas nossas emoções) através do nervo olfativo.
No entanto, o paladar, que é dependente do olfato, constitui um dos prazeres mais primordiais e de grande relevo para o ser humano em geral – comprovado pela riquíssima variedade gastronómica que a humanidade tem.
Mas não venho aqui falar de gastronomia nem fazer uma dissertação sobre o paladar. Venho apenas contar sobre uma experiência que tive e de como a superei:
A perda e a recuperação do paladar!
Vivemos tempos de pandemia. O vírus SARS-CoV-2, que causa a doença que todos conhecemos e intitulada de Covid-19, generalizou-se pela população mundial. Como sabemos, um dos sintomas que este vírus pode causar é a perda de olfato e paladar. Surgiu também uma variante a que deram o nome de Ómicron. Os especialistas dizem que esta variante não costuma causar esta perda de paladar nem de olfato.
Verdade é que, no auge das infeções por Sars-Cov-2, em que mais de 90% das infeções eram causadas pela variante Ómicron, eu fiquei infetada. No meio da febre e de muita tosse, passados alguns dias, deparei-me com a perda do paladar (apesar de não ter perdido o olfato).
Uma das atividades sobre as quais me debruço é a produção de alimentos fermentados, recriando sabores. Pelo que, quando me deparei pela primeira vez com a falta de paladar, fiquei preocupadíssima.
Quando eu digo que perdi o paladar, digo que, no meio da ansiedade por sentir sabores, meti puro na língua três dos alimentos mais intensos ao palato, um de cada vez:
- alho em pó
- pedras de sal
- sumo de limão diretamente do fruto cortado a meio.
Alimentos tão agressivos que repulsariam qualquer um. No entanto…
Não senti rigorosamente nada!
Consequentemente, comecei a pensar em como é que poderia solucionar esta situação. Lembrei-me que nos primeiros dias de sintomas da doença, tinha feito oil pulling. Oil pulling é uma prática Ayurvedica para desintoxicar o corpo e branquear os dentes. Fiz essa prática novamente, Mas, desta vez, com uma gota do óleo essencial de Salvia officinalis (não confundir com Salvia sclarea). Esta sálvia é bastante eficaz na higiene oral, mas diria que o óleo essencial de cravinho ou de uma das mentas, também desempenhariam bem o objetivo.
Imediatamente a seguir, já tinha recuperado o sentir dos sabores.
Como a perda de paladar ia voltando, necessitei de fazer esta prática pelo menos duas vezes ao dia, uma de manhã e outra à noite.
Depois desta experiência, e depois de estar totalmente recuperada do Covid-19, passei a aumentar a frequência com que pratico oil pulling.
Se antigamente praticava ocasionalmente, agora faço pelo menos uma vez por semana, senão duas.
Desde o início dos meus sintomas que fui trabalhando o olfato e nunca cheguei a perdê-lo. No entanto, em caso de perda de olfato, será necessário trabalhar este primeiro.
Se quiseres aprender mais sobre a prática de oil pulling e como trabalhar o olfato, ou aliviar alguns dos sintomas ligeiros da Covid-19, estou recetíva a uma sessão contigo.